sábado, 25 de maio de 2013

Ausência de tratamento para tireoide pode causar aumento de peso e alterações da fertilidade.


Neste sábado (25), comemora-se o Dia Internacional da Tireoide, glândula responsável por liberar hormônios que regulam o metabolismo humano, sendo fundamentais para o desempenho de diversos órgãos do corpo. Exatamente por isso, qualquer alteração neste pequeno pedacinho do nosso organismo pode resultar em prejuízos graves à saúde.

Quando a tireoide não funciona corretamente, duas doenças podem surgir: o hipotireoidismo, caracterizado pela liberação em quantidade insuficiente de hormônios, e o hipertireoidismo, quando essa produção é excessiva.

Em ambos os casos, se não tratadas corretamente, as alterações podem interferir no funcionamento de órgãos importantes, como o coração, cérebro, fígado e rins, no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional.

O endocrinologista Mario Vaisman, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e chefe do serviço de endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, adverte que o hipotireoidismo é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, mas pode ser controlada.

— Uma das dificuldades no tratamento é fazer com que o paciente tome o medicamento de acordo com a prescrição, nas datas e horários corretos, sem interrupção. O fator financeiro também faz com que muitos pacientes desistam do tratamento, embora o preço dos remédios disponíveis não seja alto em comparação a outros medicamentos de uso contínuo.

A ausência de tratamento adequado pode causar danos complexos, como problemas cardíacos e até câncer. Já o hipertireoidismo, explica o médico, é tratado com medicamentos antitireoidianos e, em casos específicos, com administração de iodo radioativo ou cirurgia.

O diagnóstico dos distúrbios da tireoide é feito por meio de exame de sangue específico, mas alguns sintomas podem acender o sinal vermelho. No caso do hipotireoidismo — o mais comum na população brasileira — o especialista cita depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares, sonolência excessiva, pele seca, queda de cabelo, ganho de peso e aumento do colesterol no sangue.

Já o hipertireoidismo apresenta como principais sintomas tremores nas mãos, sudorese excessiva (suor “quente”), intolerância ao calor, queda de cabelo, unhas quebradiças, perda de peso e massa muscular, irregularidade menstrual, taquicardia ou palpitações e aumento no tamanho da tireoide, que está localizada no pescoço.

A incidência da doença aumenta com a idade e, apesar de as razões ainda serem desconhecidas pela medicina, as mulheres são as mais afetadas pelos distúrbios.

Uma pesquisa realizada no ano passado, em parceria com hospitais e universidades do Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba e Fortaleza, revelou que dos 2.500 pacientes entrevistados, 50% não recebem o tratamento adequado no País e, desse total, 28% estão insuficientemente tratados e 18,6% recebem o hormônio T4 (um dos produzidos pela tireoide) em excesso.

da redação: Maria Helena Araújo/jornalista/ fonte R7 Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário