terça-feira, 21 de maio de 2013

Estudo pode ajudar na criação de teste que prevê risco de depressão pós-parto






Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, conseguiram identificar do dois genes relacionados à depressão pós-parto. A partir dessa descoberta, a equipe acredita que, no futuro, um simples teste genético poderá prever o risco de uma mulher sofrer do transtorno. 

O trabalho foi publicado nesta terça-feira no periódico Molecular Psychiatry, braço da Nature. A equipe de Kaminsky descobriu que variações epigenéticas nos genes TTC9B e o HP1BP3 podem prever com 85% de precisão o risco de uma mulher ter depressão pós-parto. 

A epigenética trata de modificações no DNA que sinalizam aos genes se eles devem se expressar ou não. Esses marcadores não chegam a alterar nossa genética, mas deixam uma marca permanente ao ditar o destino do gene: se um gene não se expressa, é como se ele não existisse.

 De acordo com Kaminsky, esses dois genes, que até então não eram tão conhecidos, parecem estar associados à criação de novas células no hipocampo e à habilidade de o cérebro reconhecer e se adaptar a novos ambientes.

A depressão pós-parto é caracterizada por sentimentos persistentes de tristeza, exaustão e ansiedade, que começam até um mês após o nascimento do bebê e podem durar um ano. De acordo com Zachary Kaminsky, professor de psiquiatria e coordenador do estudo, estima-se que de 10% a 18% das novas mães sofram dessa forma de depressão. 

O estudo foi feito em duas etapas. A primeira, realizada em camundongos, permitiu que os cientistas identificassem esses dois genes por meio de um modelo estatístico. Depois, a equipe confirmou os resultados dos testes com animais a partir da análise das amostras de sangue de 52 mulheres grávidas.

"Nós estamos muito surpresos em ver como os genes se relacionam com a depressão pós-parto. Com a realização de mais pesquisas, esses dados podem se transformar em uma ferramenta poderosa", diz Kaminsky. De acordo com o pesquisador, sua equipe pretende analisar amostras de sangue de um grupo maior de grávidas e acompanhá-las por um período de tempo mais longo. Os cientistas também estão interessados em saber se tais mudanças epigenéticas também estão presentes nos filhos de mulheres que tiveram depressão pós-parto.


Da redação: Maria Helena Araújo/jornalista/fonte Veja Saúde Notícias

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