quinta-feira, 2 de maio de 2013

Saiba se você é comprador compulsivo, como a Helô de 'Salve Jorge'

 

Sucesso em Salve Jorge, a delegada Helô não resiste a uma vitrine. Quando enfrenta uma situação de stress ou angústia, o número de sacolas se multiplica. Em casa, tudo vai parar em um armário já abarrotado para, talvez, nunca mais ser visto. O importante é o ato da compra – sempre impensada. Às vezes encarado como capricho, esse tipo de comportamento é hoje entendido como doença crônica, a oniomania, ou popularmente "vício em compras", que pode atingir até 10% da população e exige tratamento psicológico.

A incidência é maior entre as mulheres, na equivalência de cinco para cada homem. São, no geral, pessoas economicamente ativas e na faixa etária entre 30 e 50 anos, descreve Renata Maransaldi, psicóloga da equipe de Compras Compulsivas do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-Amiti) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Perfil no qual também se encaixa a personagem delegada de Giovanna Antonelli. A exposição do problema em horário nobre na TV, aliás, já tem reflexos nos atendimentos. Até meados de abril desse ano, 37 pacientes contataram o Pro-Amiti em busca de ajuda profissional – o que equivale a quase metade dos tratamentos iniciados em todo o ano passado (75).

A oniomania não faz distinção entre ricos e pobres, apesar de uma das principais consequências ser o endividamento. “Essas mulheres, no geral, compram muitos itens iguais, de todas as cores possíveis. Roupas, principalmente. Mas quase nunca conseguem usar o que têm. São armários e armários acumulados com coisas desnecessárias e, muitas vezes, repetidas”, explica a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do Setor de Dependência Química e Outros Transtornos do Impulso da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Antes de comprar, acrescenta ela, a sensação é de excitação, ansiedade, depois substituída por alívio. É uma satisfação pela compra, não necessariamente pelo novo produto, enfatiza Renata.

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