Há pouco mais de um ano, Geraldo Miyoshi Hirata, 64 anos, descobriu que tem câncer de próstata. Segundo ele, foi “graças” aos exames feitos regularmente que conseguiu descobrir a doença ainda no estágio inicial. De acordo com o comerciante, se não fossem os testes de rotina, não saberia do tumor, já que não nunca “sentiu nenhum sintoma”.
— Sempre fiz os exames de controle, desde os 50 anos. Mas no ano passado, descobri o tumor. Apesar do PSA [exame de sangue] não estar tão fora do normal, meu médico pediu uma biopsia e foi detectado o câncer. Nem no exame de toque, nem no ultrassom aparecia. Com o resultado, procurei outro médico que há havia operado meu primo com o mesmo problema, e ele me disse que no meu caso não seria necessário cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, é só o caso de acompanhar.
Hoje, Hirata faz o PSA a cada seis meses e no começo do ano que vem passará por uma nova biópsia.
— Inclusive eu não escondo que tenho câncer, pois serve como maneira de alertar as pessoas sempre a importância da prevenção. Mesmo eu, que sempre fiz o exame, acompanhamento todo fiz, toque ultrassom.
Primeira consulta
Assim como para muitos homens, Hirata conta que teve dificuldades para enfrentar a primeira vez que teria que fazer o exame de toque.
— Naquela época, era um tabu, como é até hoje para muita gente, mas tem que ser feito. Depois que faz, vê que não é nada, não é um bicho de sete cabeças. A mulher vai todo ano ao ginecologista, por que o homem não pode ir ao urologista?
Por enquanto, ele conta que não é necessário fazer tratamento, como cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
Câncer de próstata e o tratamento
O câncer de próstata, na maioria das regiões, é o tumor maligno mais frequente nos homens com idade superior a 50 anos. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a incidência do câncer de próstata vem crescendo no Brasil, sendo esperado aumento de 60% do número de casos até o ano 2015.
Em fases iniciais os tumores são em geral assintomáticos e descobertos devido à elevação do PSA, toque retal alterado (indispensável) ou incidentalmente após tratamento cirúrgico de hiperplasia prostática. Admite-se que o risco de diagnóstico de câncer de próstata durante a vida é de 16,4% e de óbito, 3,7%.
Os conhecimentos sobre o câncer de próstata apresentaram “notável evolução na última década”, de acordo com o coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), Antonio Carlos Lima Pompeo.
— No momento, baseados em informações obtidas da biópsia dos tumores e de estudos por imagem [ressonância magnética, tomografia computadorizada, etc.], temos condições de individualizar com boa margem de segurança qual câncer tem maior ou menor agressividade e, assim, escolher a melhor modalidade terapêutica para aquele caso.
Segundo o médico, o tratamento não é semelhante para todos os casos. Uma nova tendência no tratamento da doença é abordada é a vigilância ativa, metodologia baseada na observação da evolução do quadro sem intervenções terapêuticas quando o câncer é classificado como indolente e o paciente se enquadra em uma série de requisitos.
— Existem mesmo tumores em que a terapia inicial é desnecessária devido ao comportamento indolente da doença e, assim, o acompanhamento rigoroso com exames periódicos torna-se a conduta de escolha.
da redação Maria Helena Araújo/jornalista/fonte R7 Saúde
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