quinta-feira, 21 de novembro de 2013

“Era tabu, mas vi que não era bicho de sete cabeças”, diz comerciante sobre exame de toque






Há pouco mais de um ano, Geraldo Miyoshi Hirata, 64 anos, descobriu que tem câncer de próstata. Segundo ele, foi “graças” aos exames feitos regularmente que conseguiu descobrir a doença ainda no estágio inicial. De acordo com o comerciante, se não fossem os testes de rotina, não saberia do tumor, já que não nunca “sentiu nenhum sintoma”.

— Sempre fiz os exames de controle, desde os 50 anos. Mas no ano passado, descobri o tumor. Apesar do PSA [exame de sangue] não estar tão fora do normal, meu médico pediu uma biopsia e foi detectado o câncer. Nem no exame de toque, nem no ultrassom aparecia. Com o resultado, procurei outro médico que há havia operado meu primo com o mesmo problema, e ele me disse que no meu caso não seria necessário cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, é só o caso de acompanhar.

Hoje, Hirata faz o PSA a cada seis meses e no começo do ano que vem passará por uma nova biópsia.

— Inclusive eu não escondo que tenho câncer, pois serve como maneira de alertar as pessoas sempre a importância da prevenção. Mesmo eu, que sempre fiz o exame, acompanhamento todo fiz, toque ultrassom.




Primeira consulta



Assim como para muitos homens, Hirata conta que teve dificuldades para enfrentar a primeira vez que teria que fazer o exame de toque.

— Naquela época, era um tabu, como é até hoje para muita gente, mas tem que ser feito. Depois que faz, vê que não é nada, não é um bicho de sete cabeças. A mulher vai todo ano ao ginecologista, por que o homem não pode ir ao urologista?


Por enquanto, ele conta que não é necessário fazer tratamento, como cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.



Câncer de próstata e o tratamento

O câncer de próstata, na maioria das regiões, é o tumor maligno mais frequente nos homens com idade superior a 50 anos. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a incidência do câncer de próstata vem crescendo no Brasil, sendo esperado aumento de 60% do número de casos até o ano 2015.

Em fases iniciais os tumores são em geral assintomáticos e descobertos devido à elevação do PSA, toque retal alterado (indispensável) ou incidentalmente após tratamento cirúrgico de hiperplasia prostática. Admite-se que o risco de diagnóstico de câncer de próstata durante a vida é de 16,4% e de óbito, 3,7%.

Os conhecimentos sobre o câncer de próstata apresentaram “notável evolução na última década”, de acordo com o coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), Antonio Carlos Lima Pompeo.

— No momento, baseados em informações obtidas da biópsia dos tumores e de estudos por imagem [ressonância magnética, tomografia computadorizada, etc.], temos condições de individualizar com boa margem de segurança qual câncer tem maior ou menor agressividade e, assim, escolher a melhor modalidade terapêutica para aquele caso.

Segundo o médico, o tratamento não é semelhante para todos os casos. Uma nova tendência no tratamento da doença é abordada é a vigilância ativa, metodologia baseada na observação da evolução do quadro sem intervenções terapêuticas quando o câncer é classificado como indolente e o paciente se enquadra em uma série de requisitos.

— Existem mesmo tumores em que a terapia inicial é desnecessária devido ao comportamento indolente da doença e, assim, o acompanhamento rigoroso com exames periódicos torna-se a conduta de escolha.



da redação Maria Helena Araújo/jornalista/fonte R7 Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário