A famosa tontura, que nos dá a sensação de que tudo ao redor gira, o
chão parece se mover e de que vamos cair, nada mais é do que a ilusão
criada pelo nosso cérebro de que algo está se movendo.
Pode ter
origem fisiológica, como a que sentimos quando giramos muito rapidamente
em uma brincadeira de roda, por exemplo, nos sentimos mal dentro de um
ônibus, ou temos aquela sensação de que a cama está rodando depois de
ingerir bebida alcoólica em excesso.
Mas a sensação também pode
ocorrer quando algo não está funcionando muito bem em nosso organismo,
principalmente com o labirinto. Localizado na região do ouvido interno, a
estrutura é responsável pela noção de equilíbrio e percepção de posição
do corpo. É ele que envia as informações de equilíbrio ao sistema
nervoso.
Quando suas estruturas inflamam, por conta de uma
virose, por exemplo, nossa noção de equilíbrio fica comprometida. É o
que conhecemos como "labirintite".
No entanto, a tontura pode ser iniciada por outros motivos. Conheça os principais:
Sensação de mal estar no ônibus
Para muitas pessoas, andar de barco, avião, carro ou ônibus é sinônimo
de tontura e sensação de mal-estar. Para os médicos, esse desconforto é
conhecido como cinetose, ou "doença do movimento".
De acordo com
os especialistas, essa sensação ruim acontece quando há um conflito no
envio das informações transmitidas pelo tato, visão e labirinto para o
sistema nervoso central. Esses três componentes são responsáveis por
"orientar" o equilíbrio do corpo.
"É como se, ao mesmo tempo, o
cérebro recebesse informação do labirinto, dizendo que o corpo está em
movimento. Enquanto isso, a visão diz que está parada lendo um livro e
os pés também não estão se movimentando", explica o
otorrinolaringologista Ricardo Dorigueto, do Hospital Paulista (SP).
Com tantas informações contraditórias, o sistema nervoso central não
sabe como interpretá-las e o corpo começa a enviar hormônios de estresse
para avisar que algo não está certo. O resultado é a tontura
acompanhada pela sensação de mal-estar.
Tudo girando após a bebedeira?
O álcool ataca os neurônios e confunde a maneira como os
neurotransmissores enviam informações entre uma célula nervosa e outra.
Entre as substâncias neurotransmissoras está a dopamina. "Quando o
álcool a atinge, acontece a redução da capacidade motora, do equilíbrio
e, consequentemente, vem a sensação de tontura", diz Igor Costa,
otorrinolaringologista da Clínica Dra. Denise Lellis.
Além de
atacar os neurônios, o álcool muda a composição e a densidade do líquido
que fica dentro do labirinto, favorecendo os sintomas de vertigem,
náuseas, zumbido e sensação de ouvido tampado.
Tontura ao levantar bruscamente
A tontura e até o desmaio experimentado por algumas pessoas que se
levantam bruscamente depois de um longo período deitado (como ao acordar
ou depois de ver um filme) não está ligado ao labirinto, mas sim a uma
redução do fluxo sanguíneo no cérebro.
Quando estamos deitados, a
quantidade de sangue bombeada pelo coração e enviada ao cérebro é
reduzida. "Ao levantarmos, o corpo precisa de uma quantidade maior de
sangue irrigando o órgão. Mas, por um momento, o coração não consegue
enviar o montante", explica Fausto Nakandakari, otorrino do Hospital
Sírio Libanês, em São Paulo.
Brincadeiras de roda
O
ouvido é composto por três canais semicirculares responsáveis pelas
dimensões (esquerda e direita, frente e trás, cima e baixo). Esses
canais são cheios de um líquido chamado endolinfa.
Quando
giramos a cabeça, esse líquido acompanha o movimento. No entanto, ao
pararmos, o fluido continua seu movimento pelos canais até perder força e
parar. Esse período em que o líquido ainda está em movimento é o que
nos faz sentir que estamos rodando, mesmo com a cabeça parada.
Maria Helena Araújo/jornalista/ fonte UOL Clique Ciência
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