Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp associa poucas
horas de sono, noites mal dormidas e baixa exposição ao sol com o risco
de doenças como a obesidade e o diabetes tipo 2. O estudo feito com 116
pessoas que visitaram os ambulatórios de obesidade e diabetes fez a
seguinte constatação: quem dorme menos de seis horas por noite consome
até 22% mais calorias, do que aquelas com mais de seis horas de
descanso.
“Nós somos programados para repousar durante a noite e ficar ativos
durante o dia. E as pessoas que dormem pouco podem ter uma alteração
disso, que nos chamamos de ciclo-sono vigília. E podem ocorrer
alterações hormonais”, explica a pesquisadora Liane Murari Rocha, autora
do levantamento.
Ainda segundo ela, durante a noite nós liberamos o hormônio da fome, da
saciedade e as pessoas que dormem pouco podem ter um desarranjo.
Entre as pessoas que dormem pouco foi comprovado ainda o aumento do
consumo de sucos industrializados e refrigerantes. Isso eleva o nível de
açúcar no organismo e a chance de a pessoa desenvolver o diabetes tipo
2, doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose.
A pesquisadora alerta também que estas possibilidades são ainda maiores
se as pessoas tomam pouco sol. Oitenta por cento da vitamina D que
nosso corpo precisa vem da exposição solar.
“O ideal é que as pessoas tomem sol com moderação. A vitamina D tem um
papel importante na obesidade e no diabetes”, completa a pesquisadora.
O segurança Carlos Roberto Lopes desenvolveu diabetes tipo 2 após anos trabalhando de madrugada e com pouca exposição ao sol.
“Chegava em casa de manhã e não conseguia dormir. Só ia dormir mesmo
após o almoço. E assim mesmo aquele sono de uma ou duas horas e já
passava.”, afirma o vigilante.

A pesquisadora Liane Murari Rocha durante entrevista à EPTV (Foto: Reprodução EPTV)
Maria Helena Araújo/jornalista/ fonte G1
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