sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Entidade alerta para excesso de açúcar em queijinhos tipo petit suisse



Uma análise feita pela Proteste Associação de Consumidores com sete marcas de queijo tipo petit suisse sabor morango indica que cinco delas - ou seja, a maioria - apresenta teor de açúcar acima do recomendado. Os fabricantes argumentam, no entanto, que não existe regulamentação que determine o limite máximo de açúcar para ese tipo de produto.


A avaliação constatou que as cinco marcas apresentam teores de açúcar (sacarose) entre 13 gramas e 15,3 gramas por 100 gramas. "Os pais devem frear o consumo exagerado para as crianças não se acostumarem desde cedo com produtos muito doces", recomenda a entidade.


A Proteste diz ter encontrado sacarose em excesso nas marcas Batavinho, Paulista, Vigorzinho, Elegê e Itambezinho. Foram consideradas aceitáveis as quantidades encontradas no Chambinho Ninho e no Danoninho.


Ao consumir um potinho, uma criança pode ingerir até 31% do consumo máximo diário recomendado de açúcar, considerando uma dieta de 2.000 calorias, alerta a entidade.


A análise também aponta teores de cálcio abaixo do ideal. As marcas Paulista e Elegê foram consideradas fracas, já que a unidade de 100 gramas equivale a menos de 30% das necessidades diárias do nutriente. Uma criança em crescimento precisa de 700 miligramas diárias do mineral para o desenvolvimento de seus ossos.


Já o teor de sódio não preocupa, pois todos os produtos avaliados apresentaram índices muito bons (abaixo de 0,12%). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de, no máximo, 5 gramas de sal por dia.


Quanto à gordura saturada, apontada como uma das vilãs da obesidade, o resultado foi "aceitável". Isso porque todos os queijos petit suisse têm entre 2,15 g e 3,46 g de gordura, considerado um teor médio, mas, ainda assim, dentro do recomendável para consumo.


Todos os queijos petit suisse têm rótulos completos, embora a leitura não seja fácil, já que as letras são minúsculas, em função do tamanho da embalagem, avalia a entidade.


A Proteste conferiu também a veracidade dos rótulos, ou seja, se contêm realmente as quantidades dos nutrientes informados. Essa diferença deve ser de, no máximo, 20%, para mais ou menos. O Itambezinho apresentou quase 23% a menos de cálcio do que diz no rótulo. Já o Elegê possui um valor calórico real 14% maior do que consta em sua embalagem.


Para se apresentar como "rico" em vitamina D, um petit suisse deve ter pelo menos 30% da quantidade diária recomendada desse nutriente. Por isso, o Vigorzinho deveria mostrar a palavra "fonte", já que o seu teor não chega a 30%, e não "rico" como aparece na embalagem do produto, na avaliação da Proteste. "Já o Itambezinho tem teor de cálcio para ser classificado como 'fonte' do nutriente, mas não como 'rico', como consta em sua embalagem".


Em relação à análise, a marca Paulista afirma que o produto atende os padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para a categoria petit suisse.


A Itambé esclarece que segue rigorosamente a legislação brasileira vigente e lembra que, em relação ao teor de cálcio e o rótulo do produto, há uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC nº 54) que entra em vigor em janeiro de 2014, quando a marca deve efetuar mudanças na fórmula e/ou no rótulo. 


A Vigor também informa que segue a legislação vigente e que trabalha para entregar ao consumidor alimentos com os mais elevados padrões nutricionais, combinando qualidade e sabor.


A assessoria de imprensa da BRF, responsável pelas marcas Batavo e Elegê, esclarece que, diferentemente do apresentado no relatório, um potinho de Batavinho e/ou Elegê Bob Esponja possui até 7,4 gramas de açúcar, o equivalente a 14,8% da recomendação descrita no Guia Alimentar Brasileiro - editado pelo Ministério da Saúde.


Sobre a quantidade de cálcio encontrada no petit suisse Elegê Bob Esponja, a empresa diz que a formulação do produto segue a legislação vigente. Sobre os rótulos, afirma que o produto está contemplado nos parâmetros aceitáveis de variação (20% para mais ou para menos em relação aos valores informados na tabela nutricional). 


da redação Maria Helena Araújo / jornalista /fonte UOL Notícias Saúde

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