Uma análise feita pela Proteste Associação de Consumidores com sete marcas de queijo tipo petit suisse sabor morango indica que cinco delas - ou seja, a maioria - apresenta teor de açúcar acima do recomendado. Os fabricantes argumentam, no entanto, que não existe regulamentação que determine o limite máximo de açúcar para ese tipo de produto.
A avaliação constatou que as cinco marcas apresentam teores de açúcar (sacarose) entre 13 gramas e 15,3 gramas por 100 gramas. "Os pais devem frear o consumo exagerado para as crianças não se acostumarem desde cedo com produtos muito doces", recomenda a entidade.
A Proteste diz ter encontrado sacarose em excesso nas marcas Batavinho, Paulista, Vigorzinho, Elegê e Itambezinho. Foram consideradas aceitáveis as quantidades encontradas no Chambinho Ninho e no Danoninho.
Ao consumir um potinho, uma criança pode ingerir até 31% do consumo máximo diário recomendado de açúcar, considerando uma dieta de 2.000 calorias, alerta a entidade.
A análise também aponta teores de cálcio abaixo do ideal. As marcas Paulista e Elegê foram consideradas fracas, já que a unidade de 100 gramas equivale a menos de 30% das necessidades diárias do nutriente. Uma criança em crescimento precisa de 700 miligramas diárias do mineral para o desenvolvimento de seus ossos.
Já o teor de sódio não preocupa, pois todos os produtos avaliados apresentaram índices muito bons (abaixo de 0,12%). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de, no máximo, 5 gramas de sal por dia.
Quanto à gordura saturada, apontada como uma das vilãs da obesidade, o resultado foi "aceitável". Isso porque todos os queijos petit suisse têm entre 2,15 g e 3,46 g de gordura, considerado um teor médio, mas, ainda assim, dentro do recomendável para consumo.
Todos os queijos petit suisse têm rótulos completos, embora a leitura não seja fácil, já que as letras são minúsculas, em função do tamanho da embalagem, avalia a entidade.
A Proteste conferiu também a veracidade dos rótulos, ou seja, se contêm realmente as quantidades dos nutrientes informados. Essa diferença deve ser de, no máximo, 20%, para mais ou menos. O Itambezinho apresentou quase 23% a menos de cálcio do que diz no rótulo. Já o Elegê possui um valor calórico real 14% maior do que consta em sua embalagem.
Para se apresentar como "rico" em vitamina D, um petit suisse deve ter pelo menos 30% da quantidade diária recomendada desse nutriente. Por isso, o Vigorzinho deveria mostrar a palavra "fonte", já que o seu teor não chega a 30%, e não "rico" como aparece na embalagem do produto, na avaliação da Proteste. "Já o Itambezinho tem teor de cálcio para ser classificado como 'fonte' do nutriente, mas não como 'rico', como consta em sua embalagem".
Em relação à análise, a marca Paulista afirma que o produto atende os padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para a categoria petit suisse.
A Itambé esclarece que segue rigorosamente a legislação brasileira vigente e lembra que, em relação ao teor de cálcio e o rótulo do produto, há uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC nº 54) que entra em vigor em janeiro de 2014, quando a marca deve efetuar mudanças na fórmula e/ou no rótulo.
A Vigor também informa que segue a legislação vigente e que trabalha para entregar ao consumidor alimentos com os mais elevados padrões nutricionais, combinando qualidade e sabor.
A assessoria de imprensa da BRF, responsável pelas marcas Batavo e Elegê, esclarece que, diferentemente do apresentado no relatório, um potinho de Batavinho e/ou Elegê Bob Esponja possui até 7,4 gramas de açúcar, o equivalente a 14,8% da recomendação descrita no Guia Alimentar Brasileiro - editado pelo Ministério da Saúde.
Sobre a quantidade de cálcio encontrada no petit suisse Elegê Bob Esponja, a empresa diz que a formulação do produto segue a legislação vigente. Sobre os rótulos, afirma que o produto está contemplado nos parâmetros aceitáveis de variação (20% para mais ou para menos em relação aos valores informados na tabela nutricional).
da redação Maria Helena Araújo / jornalista /fonte UOL Notícias Saúde
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