
Segundo o estudo, as chances de sucesso do
tratamento estavam fortemente relacionadas à idade: 80% das mulheres com
até 35 anos engravidaram dentro de 5 anos. Naquelas entre 35 e 40 anos,
esse número caiu para pouco mais de 60%. Entre as pacientes com mais de
40 anos, foi de apenas 26%. (Jupiterimages/Thinkstock/VEJA)
A maioria das mulheres que passa por algum tratamento de
fertilidade – fertilização in vitro (FIV) ou inseminação intrauterina
(IIU) – consegue engravidar em até cinco anos. Entretanto, de acordo com
um estudo apresentado durante o encontro anual da Sociedade Europeia de
Embriologia e Reprodução Humana, realizada em Helsinki, na Finlândia, a
idade ainda é um fator importante para determinar o sucesso do
procedimento.
Pesquisadores do Hospital Universitário de Copenhague, na
Dinamarca, acompanharam 19.884 mulheres desde o início do tratamento de
fertilidade até cinco anos depois, para acompanhar as taxas de
nascimento. Os resultados mostraram que mais da metade das mulheres teve
um bebê dentro de dois anos após o início do tratamento. Dentro de três
anos, 65% das mulheres tinham dado à luz, e essa taxa chegou aos 71% em
cinco anos.
O estudo também confirmou o que os especialistas já sabiam: as
chances de sucesso do tratamento estavam fortemente relacionadas à
idade. Enquanto 80% das mulheres com idade inferior a 35 anos tiveram um
bebê dentro de cinco anos, naquelas entre 35 e 40 anos, esse número
caiu para pouco mais de 60%. Entre as pacientes com mais de 40 anos,
apenas 26% tiveram um bebê no mesmo período.
Segundo especialistas, a chance de uma gravidez natural antes do 30
anos, no auge da juventude, é de 30% – com ajuda da medicina é de 60%.
Mas, com o passar da idade, a queda na fertilidade cai vertiginosamente,
inclusive por métodos artificiais. Aos 40 anos, a chance natural é de
10% e, com tratamento, de no máximo 20%.
“A maioria das causas de infertilidade pode ser superada, mas a idade
é o fator mais importante para prever se os tratamentos serão bem
sucedidos ou não.”, disse Sara Malchau, uma das autoras, à rede
britânica BBC. Segundo ela, outros fatores que influenciaram o
sucesso do tratamento foram índice de massa corporal e tabagismo. “As
mulheres com IMC abaixo de 30 também tiveram melhores resultados, bem
como as que não fumam.”, completou.
Em relação ao método escolhido, a fertilização in vitro mostrou-se
mais eficiente: 42% das mulheres que fizeram FIV engravidaram em até
dois anos, contra 34% daquelas que optaram pela inseminação
intra-uterina. O estudo também constatou que a ocorrência de gravidez
espontânea é comum nas mulheres que iniciam algum tratamento de
fertilidade: 14% conseguiram conceber seu filho naturalmente. Novamente,
este tipo de gravidez foi mais comum em mulheres com menos de 35 anos que realizaram uma inseminação intra-uterina (IIU).
FIV versus IIU — A fertilização in vitro (FIV)
consiste basicamente na fecundação do óvulo em laboratório que irá
formar o embrião. As chances desse método são maiores do que as naturais
porque permite a extração de 1 a 3 óvulos do organismo da mulher antes
da inseminação. No método natural, a mulher libera apenas um óvulo por
mês. Além disso, com o passar do tempo, tanto a quantidade como a
qualidade dos óvulos caem exponencialmente.
Já a inseminação interauterina (IIU) consiste na deposição de
espermatozoides previamente selecionados no interior da cavidade
uterina, por meio de um cateter apropriado. Deve ser feita quando há
ovulação natural ou induzida – realizada para aumentar a probabilidade
de fecundação.
Congelamento de óvulos — Uma saída apontada pelos
especialistas para solucionar o problema relacionado à idade da mulher é
o congelamento de óvulos (que, neste caso, deveria ser feito até por
volta dos 30 anos). A técnica consiste em coletar óvulos e congelá-los
por meio de um processo de esfriamento rápido, em no máximo cinco
minutos, conhecido como vitrificação, que mantém as células intactas e
aumenta a taxa de aproveitamento para mais de 90%, já que os óvulos
mantêm as características da idade em que foram conservados.
Maria Helena Araújo/jornalista/fonte Veja.com
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