As mulheres e os menores de idade pobres seguem sendo na América Latina
e no Caribe os que menos têm acesso aos serviços de saúde, apesar dos
avanços regionais, advertiu a Unicef nessa sexta-feira (9).
Segundo informe apresentado no Panamá, as desigualdades no acesso à
saúde seguem sendo generalizadas na região, especialmente para as
mulheres, grávidas e crianças, mesmo que "muitos países da América
Latina e Caribe tenham procurado ampliar os serviços de saúde para as
populações pobres e vulneráveis".
Essas desigualdades de acesso à saúde que afetam os grupos mais pobres
da região os acompanham "durante toda sua vida", adverte o estudo.
Entre os problemas, a Unicef destaca que muitas crianças pobres não são
registradas quando nascem, o que fazem elas não poderem acessar os
serviços de saúde.
Outros, devido a suas condições de pobreza, morrem por causa de doenças
tratáveis e curáveis como pneumonia, asma, ou diarreias.
No Haiti, 69 em cada 1.000 crianças nascidas vivas morrem antes dos
cinco anos, seguido da Guiana (39), Bolívia (38), República Dominicana
(31) e Guatemala (29). Os países com os índices de mortalidade mais
baixos em menores de cinco anos são Cuba (4), Antígua e Barbuda (8),
Chile (8), Uruguai (10) e Costa Rica (10).
Falha em educação para meninas
O informe destaca também a situação das meninas pobres, as quais
recebem a pior educação, que se traduz em uma maior probabilidade de
ficarem grávidas precocemente.
De acordo com a Unicef, a região "tem a maior concentração de números de gravidez adolescente no mundo".
Além disso, por terem que cuidar das crianças recentemente nascidas, as
mães precoces são impedidas de entrar no mercado de trabalho, o que
retroalimenta assim o círculo de pobreza.
Durante as últimas duas décadas, a América Latina "tem realizado
importantíssimos progressos econômicos e sociais que impactaram
positivamente" milhões de pessoas, disse María Cristina Perceval,
diretora da Unicef para América Latina e Caribe, com sede no Panamá.
Ainda assim, a região segue sendo afetada "por profundas dívidas de
dignidade e justiça, práticas sociais e mecanismos institucionais que
reproduzem a violência e perpetuam a pobreza e exclusão", alertou.
Maria Helena Araújo/ jornalista/ fonte G1. com
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