A semente ou o óleo de chia, além de serem fontes de nutrientes para a
dieta, são poderosos antioxidantes capazes de diminuir o risco de
diabetes, de obesidade, de doenças do coração e de envelhecimento
precoce. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Faculdade de
Engenharia de Alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo os pesquisadores, ainda não havia sido feito nenhum estudo que
demonstrasse propriedades antioxidantes no óleo de chia. Os
antioxidantes são substâncias que evitam a formação de radicais livres,
responsáveis pelo envelhecimento celular.
Para chegar a essa
conclusão, a pesquisadora Rafaela da Silva Marineli Campos usou animais e
os dividiu em grupos controle: magro, obeso, animais alimentados com
dieta adicionada de semente de chia em período de seis e 12 semanas, e
animais alimentados com dieta adicionada de óleo de chia nos mesmos
períodos.
Com o objetivo de analisar se apenas o consumo do
alimento ajudaria a emagrecer, as dietas continuaram tendo fontes de
gorduras e açúcares.
"Deixamos todas as dietas com o mesmo teor de energia e substituímos a
quantidade de óleo comum de soja, pelo óleo de chia ou semente de chia. A
quantidade de fibra ficou igual para todos os animais e, da mesma
forma, o teor lipídico e energético ficou semelhante", afirmou Campos à
Agência Unicamp.
Inimigo da obesidade
Os grupos receberam a chia o tempo todo junto com a dieta de engorda
para ver se a semente e o óleo preveniam complicações relacionadas à
obesidade. Mas, antes, alguns animais foram 'engordados' com uma dieta
calórica sem chia para depois receber a semente ou óleo com o objetivo
de tratamento.
A equipe de Campos analisou o ganho de peso e as taxas lipídicas dos animais, de acordo com a dieta.
A obesidade causa uma inflamação no organismo e por isso é considerada
uma doença crônica. Ela pode ser controlada com alguns alimentos que têm
o poder de diminuir essa inflamação. E os pesquisadores descobriram que a chia é um desses alimentos.
Entre os animais que comeram chia, a inflamação decorrente da obesidade
foi reduzida e os marcadores anti-inflamatórios foram aumentados.
Nos animais testados houve redução da peroxidação lipídica, que é a
acumulação de lipídios em alguns órgãos, e aumento da capacidade do
sistema de defesa antioxidante, que evita o envelhecimento.
Bom para o coração
O consumo da chia mostrou também resultados positivos referentes à
resistência à insulina, tolerância à glicose e aos níveis de colesterol,
problemas relacionados ao diabetes, que também podem ser causados pela
obesidade.
"A dieta 'obesogênica' fez com que os animais
desenvolvessem dislipidemia, que é o aumento do colesterol 'ruim',
redução do colesterol 'bom' e aumento do colesterol total. Esse
desequilíbrio está relacionado às doenças cardiovasculares e a chia
reverteu isso", afirma Campos.

As análises apontaram aumento da
concentração de ácidos graxos ômega-3 no sangue dos animais, sobretudo
aqueles relacionados à redução do risco de doenças cardiovasculares.
Os resultados entre os grupos que receberam a semente ou o óleo entre
seis ou 12 semanas foram os mesmos. Isso mostra que seis semanas já são
suficientes para que as alterações aconteçam no organismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário